Tecnologias de Equipamentos de Imagem Médica (1)

Na era da medicina digital, a captura e transferência de dados de imagem médica desempenham um papel crucial na prática diagnóstica. O avanço de tecnologias como ultrassom, tomografia e ressonância magnética, somado à crescente necessidade de acessibilidade e segurança das informações, impulsionou o desenvolvimento de tecnologias de comunicação de dados eficientes. Este artigo discute os principais mecanismos de comunicação entre equipamentos de exame, como o ultrassom, e servidores de armazenamento, detalhando o fluxo de dados desde a captura até o acesso final por pacientes e profissionais de saúde via internet.

Neste primeiro artigo vamos tratar de fluxo de dados, protocolos de comunicação e arquitetura de armazenamento:

O Fluxo de Dados no Ambiente de Saúde Digital

O fluxo de dados em um ambiente de saúde digital é uma sequência complexa, envolvendo captura, processamento, transmissão, armazenamento e acessibilidade. Em um exame de imagem, como o ultrassom, essa cadeia começa com a geração de dados pela máquina de ultrassom, passa pela transmissão dos dados para servidores centrais e termina no acesso remoto por profissionais de saúde ou pacientes. O ciclo pode ser descrito em três fases principais:

  • Aquisição de Dados: A captura das imagens por meio de dispositivos médicos, como a máquina de ultrassom.
  • Transmissão de Dados: Envio dos dados para um servidor ou PACS (Picture Archiving and Communication System), utilizando protocolos de comunicação.
  • Acessibilidade: Acesso às imagens via internet por médicos, enfermeiros, pacientes, etc., em interfaces web ou dispositivos móveis.

Protocolos de Comunicação: DICOM e HL7

Os principais protocolos utilizados para a comunicação de dados médicos entre os equipamentos de imagem e os servidores são o DICOM (Digital Imaging and Communications in Medicine) e o HL7 (Health Level 7).

  • DICOM: O padrão DICOM é amplamente utilizado para o gerenciamento e transmissão de imagens médicas e informações associadas. Ele define não apenas o formato da imagem, mas também o protocolo de comunicação para que dispositivos como máquinas de ultrassom, tomógrafos e ressonância magnética se conectem a sistemas de armazenamento, como PACS, com segurança e interoperabilidade.
    • Formatação de dados: O DICOM permite a compactação e o envio eficiente de grandes arquivos de imagem, além de incluir informações adicionais, como os metadados do paciente e os parâmetros de exame.
    • Interoperabilidade: Uma das grandes vantagens do DICOM é sua capacidade de permitir que diferentes dispositivos e sistemas de diferentes fabricantes interajam entre si.
    • Segurança e criptografia: Na transferência de dados médicos sensíveis, o DICOM suporta a utilização de criptografia para garantir a segurança da informação.
  • HL7: O HL7 é outro protocolo comum em ambientes de saúde, sendo usado principalmente para o intercâmbio de informações administrativas, como dados de pacientes, prontuários eletrônicos e agendamentos, mas pode ser integrado a soluções de imagem para completar o fluxo de dados.
    • Integração de sistemas: Enquanto o DICOM é específico para imagens médicas, o HL7 cuida da comunicação de dados clínicos e administrativos, conectando os sistemas de gestão hospitalar (HIS) com os servidores de imagem.

Arquitetura de Armazenamento: PACS e Cloud Computing

Após a aquisição e transmissão dos dados de imagem, o próximo passo no fluxo de dados é o armazenamento. Os sistemas mais comuns para armazenar imagens médicas são:

  • PACS (Picture Archiving and Communication System): Um sistema especializado de arquivamento e comunicação de imagens médicas. O PACS permite que as imagens sejam armazenadas em um formato padronizado e acessadas facilmente por profissionais de saúde autorizados.
    • Funcionamento do PACS: Quando uma máquina de ultrassom captura uma imagem, os dados são enviados para o PACS via protocolo DICOM. Este sistema então armazena os dados em servidores locais ou remotos, e permite o acesso em tempo real.
    • Vantagens: Redução da necessidade de filmes físicos, maior acessibilidade e capacidade de processamento de grandes volumes de dados.
  • Cloud Computing: A computação em nuvem está cada vez mais sendo adotada na área de saúde. A tecnologia de armazenamento em nuvem oferece uma solução mais escalável e flexível para armazenar os dados de imagem médica.
    • Vantagens do Armazenamento na Nuvem: Com o uso de nuvem, hospitais e clínicas podem reduzir seus custos de infraestrutura, garantir maior segurança com backups automáticos e permitir o acesso remoto de maneira eficiente.
    • Desafios: A latência e a privacidade de dados podem ser questões críticas no armazenamento em nuvem, exigindo uma implementação cuidadosa de criptografia e políticas de acesso.

No próximo artigo a ser publicado amanha vamos tratar de transmissão de dados e acessibilidade.

 

Sobre João Andreazzi 156 Artigos
Este que vos escreve é apenas mais um apaixonado por tecnologia, inovação, automação e segurança.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*